Equações

Eu vejo o que vejo. E o que vejo é meu. O significado que dou às coisas que vejo é único, não se repete. Tal como o teu. És único também. Ninguém vê as coisas da mesma maneira que tu, ninguém as sente da mesma maneira que eu.
Existe um mundo lá fora por descobrir e eu quero vê-lo à minha maneira, com os meus olhos, com as minhas mãos, com o meu nariz, com a minha mente e com o meu sorriso. Quero vê-lo, cheirá-lo, senti-lo... Imaginá-lo. Quero encher-me do que ele me dá e partilhar isso com alguém que me queira igualmente encher daquilo que o mundo lhe dá a ele.
Nada se repete. Nada acontece da mesma forma.
Um dia, vimos o cor-de-rosa dos prédios a nascer, à medida que o Sol os ia descobrindo. Era como se a noite por um pano os tivesse coberto, escondendo a sua beleza das criaturas que vageiam pela escuridão. Vimos as infinitas tonalidades que compõem o céu e ainda iremos descobrir quantas ficaram por ver.
Era de madrugada. Passou rapidamente... Não deu para apreciar a inumeridade de coisas que o mundo tem de belo. Nem uma vida per si chegaria para conseguir fazer uma lista. Provavelmente, a lista ficaria feita... Mas sempre incompleta. O que importa é conseguir ir vendo e valorizando aquilo que o mundo nos dá, nem que seja um céu cinzento, uma folha castanha, um banco de jardim vazio, um livro não lido, um texto não escrito.
Um dia, iremos ver tudo isto de mãos dadas e de coração entrelaçado. Sem medos, nem pressas. Apenas sentindo o desejo intenso de partilhar o que cada um de nós vê naquela folha, naquele ramo, naquele tronco de árvore, naquele quiosque a abrir, naquela estrada abalroada, naquele navio que passa. E, enquanto partilharmos, seremos felizes. Puramente felizes.
Porque é por eu te dar o meu sorriso que tu sorris. E eu só sorrio se tu me deres o teu. Não faço ideia de como iremos resolver isto.

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