Rotunda

Não vás por aí.
E eu, teimosa que sou, não vou...
Apenas porque quero perceber onde vai dar o caminho por onde me levas.
Seria de esperar, devido à teimosia, que fosse pelo caminho que eu bem queria. Mas é exactamente por causa dela que vou por onde me guias. Vamos ver onde isto vai dar. Eu sou teimosa e quero sabê-lo. E, se não me mostrares um destino agradável ou me confundires com as esquinas que terei de cruzar, com as subidas que terei de enfrentar ou até mesmo com as descidas a pique que terei de descer, deixarei de ser teimosa de uma só vez. Nessa altura, não vou mais querer saber por onde me levas, se me levas ou como me levas. Vou deixar de querer que me embales.
Quero que me guies, mesmo sabendo que sei guiar-me a mim mesma. Se escolhi ir pelo teu caminho ou por aquele que me mostras, aproveita-me nesse sentido. Pois posso, numa noite ou num dia qualquer, mudar o rumo da teimosia e passar a ser meramente egocêntrica. E aí, meu bem, nunca mais terás notícias. Ou, se as tiveres, irás lê-las noutro lado que não nos meus olhos, nas minhas mãos ou na minha boca.
Por isso, faz proveito do facto de eu ser teimosa e de querer seguir as coordenadas que me vais dando. Se me perder, tanto melhor. O objectivo não é, de todo, encontrar-me. Não faças disto uma rotunda. Eu não quero andar sempre à volta do mesmo.

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