Pastéis de Belém, Pastéis do Mundo

Belém. Local cultural por onde passam pessoas de diferentes nacionalidades. Local histórico que se confunde num leque de várias paisagens. Local monumental visitado por diferentes gerações e por diversos motivos. Belém. Uma zona privilegiada de Lisboa, banhada pelo rio Tejo e iluminada pelo estilo manuelino. Uma zona que, sendo carregada de tradição, memórias e lendas, recebe desde famílias a turistas de todo o mundo.

A carga histórica deste local é impossível de negar. Ancorado pela Torre de Belém e elitizado pelo Centro Cultural, Belém é um porto de abrigo para os artistas que lá passam em busca de inspiração.

O Mosteiro, o Palácio, os Jardins, os sonhos e os amores. Belém tem história. Uma história densa, marcada por palavras ditas há séculos atrás e ansiada por palavras que se vão soltando à medida que o tempo passa. Estas palavras correm tanto na boca de conversas alheias entre casais apaixonados, bem como na alma de quem apenas procura este local para se sentir em casa.

É lá que corre um rio, é lá que correm lágrimas. Correm pintores, cantores, músicos e letristas. Correm mulheres e homens. É em Belém que algumas crianças começam a dar os seus primeiros passos, ainda incertas do que o futuro lhes reserva e daquilo em que, um dia, se virão a tornar.

Eu fui uma dessas crianças. Brinquei nos jardins. Cresci a amar os pássaros e a subir às árvores ao pé da Torre. Foi lá que comecei a construir-me e foi lá que, por vezes, me desconstruí. Foi em Belém que aprendi a amar não só a história e as letras, mas também a humanidade e toda a diversidade que ela representa.

Se forem a Belém, não passem pelos Pastéis. Façam-nos vocês mesmos. Criem memórias, ilustrem pensamentos, fechem os olhos enquanto se deitam na relva, caricaturem os vossos medos, discutam pormenores, abram o coração. Bebam aquilo que vos rodeia e aprendam a conhecer-se. Pintem com novas cores, inventem novas palavras, desenhem novos sorrisos. Comecem de novo, se precisarem. Dêem continuidade ao que já foi feito, se o caso for esse.

Se forem a Belém, não passem pelos Pastéis.

Façam-nos vocês mesmos.

Marta F. Cardoso - 27.05.2013

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