Também houve uma vez que chovia que desunhava e ela não tinha chapéu de chuva. Parecia um pintainho lambido por um grand-à-nois. Eu tinha chapéu, emprestado pela Joana, porque não poderia a Joana emprestá-lo a ela também? Eu sou pequena, ela era pequena. Coubemos perfeitamente as duas. Vi-a aflita na passadeira, inquieta por o sinal estar encarnado e a chuva lhe começar a fazer mossa na cabeça... Aproximei-me o mais que pude, calculando uma distância segura no caso de ela não achar piada, e coloquei o chapéu da Joana sob as nossas duas cabeças. Não trocámos uma única palavra, só dois sorrisos anuentes, o dela em sinal de agradecimento e espanto, o meu em sinal de apenas estar feliz.
Sem comentários:
Enviar um comentário