Carta à Irmã mais Velha #1

Lisboa, 9 de Fevereiro de 2014

Mana,

Às vezes imagino-me sem ti.

E mentiria se dissesse que por vezes a ideia não me soa bem. Só que rapidamente percebo que é impossível ser a mesma pessoa quando não estás por perto.

Desde que me conheço, que te conheço a ti também. Cresci contigo lado a lado. Já fui mais baixa do que tu, já fui da mesma altura e, agora, apenas uns centímetros nos separam. Apesar disso, serei sempre a tua pequenina, mesmo que a minha cabeça faça razia às nuvens.

Num sentido figurado, por vezes até faz. E tu sabe-lo bem. Conheces-me melhor do que ninguém. Sabes quem sou desde o início. Eu de ti falho por 6 anos e meio. Tu de mim não falhas nem por um segundo. Por isso é que ser o mais velho é especial. O mais novo basta nascer para estar à partida a falhar. É um errante, condenado a ser protegido por aquele que veio ao mundo em primeiro lugar.

Ainda bem que nasci com essa sentença.

É prisão perpétua. É um elo magnético tão forte que te prende a mim.

E é ridículo pensar que, mesmo depois de tudo o que me dás, a única coisa que te consigo dar em troca é um "deixa-me em paz" como se não precisasse de ti. Não fiques triste... Sou apenas eu a tentar ser como tu.

Até logo,
Marta.

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