Nada soa mais assustador do que ter o peso da responsabilidade de fazer os outros felizes. Minto. Nada de mais assustador há do que sermos os comandantes da nossa própria felicidade. Embarcar num navio sem saber navegá-lo, controlando quem poderá ter o privilégio de partilhá-lo connosco. Podemos sempre decidir atirar-nos ao oceano quando o mar é bravo e não sabemos como enfrentar as ondas. Também podemos voltar àquilo que conhecemos e atracar em porto seguro quando a bússola perde o compasso. Mas a verdadeira liberdade está em seguir caminho rumo ao desconhecido, estejamos nós preparados ou não. Creio que uma das coisas que mais me apoquenta na vida é a desistência, é o rumar directo a terra quando o mar nos assusta. Tu apoquentas-me. Quiseste navegar este mar alto sabendo que velejavas num barco de papel. Admirar-te-ia pelo acto de coragem e bravura se não tivesses regressado a terra mal sentiste o embate da primeira onda. Afinal, minto desde o início. Nada de mais assustador existe do que amar alguém genial que se limita ao medíocre.
Sem comentários:
Enviar um comentário