Sempre soube que secretamente falavas de mim nas horas vagas. Sentia dentro de mim tudo aquilo que igualmente desejava não ser real. Tentei ocupar-te todo o tempo para que nunca ouvisses mentiras. Falhei. Distraí-me. E culpo-me. Por vezes o mal triunfa sobre os inocentes. Acho que, eu, só terei de me acostumar a isso. Na verdade, a minha realidade não se alterou assim tanto. Apenas voltou a ser aquilo que era, enquanto a tua vai mudar para sempre. Experimentaste ser livre, mas a tua natureza é estar preso a uma gaiola. Confesso-te: o pássaro mais livre não é o que voa para qualquer lado, mas sim o que voa livremente sem ser preciso sair do sítio. Hoje, libertei-me. Hoje, mesmo sentindo a tua falta e a falta dos nossos sorrisos incontroláveis pelas mais rídiculas estupidezes, sou livre.
Sem comentários:
Enviar um comentário